Papo mulherzinha

E aqui estamos dans l’avion pour Venise … cheio de crianças e italianos. Ainda há pouco uma mama passou ao meu lado alertando seu filhotinho meio atrapalhado no meio de tanta gente … “fai attenzione alle personne” … ele me olhou sério, ciente de sua responsabilidade. Estou começando a crer q curto esse movimento, mesmo c/medo (afinal, medo existe pra ser corajosa, né?). Eu cheguei cedo no aeroporto e bebi todos os vinhos do lounge conversando c/1 amiga no messenger e comendo queijo (a base da minha alimentação tem sido queijo e vinho …. Delícia!)

Tem gente me perguntando se eu já comprei muito. Lamento decepcioná-las, mas não comprei nada, não tenho espaço na mala, só 1 avental “ceci n’est pas une pipe”, alguns imãs de geladeira, uns cartões de artistas q não quero esquecer e 2 anéis bonitinhos num atelier do Marais. Em compensação já me desfiz de alguns itens e tenho outros em mira, tipo suéteres p/um frio q não vou mais enfrentar. E por mais bem bolada q tenha sido minha mala tá faltando blusa e sobrando calça. E os vestidinhos lindos de seda continuam intactos! Tb comprei um Ruinart Blanc des Blancs no freeshop pra brindar c/a minha amiga Rosa q me receberá em Venice.

Mas estou doida pra me dar 1 bolsa. Essa minha mania de ser prática fez com q eu viajasse c/1 cheia de compartimentos q guardam grana, cartões e passaporte com a máxima segurança, pequena, leve, q cruza deixando as mãos livres, boa p/quem leva mochila. Mas velhinha, surradinha … aí cruzo c/as francesas glamurosas c/suas magníficas bolsas estalando de novas e fico me sentindo desprestigiada, como se não cuidasse direitinho de mim. Então eu penso q no Rio tenho várias bolsas bonitonas, eu não preciso de outra … ahhhhh …. a falta q 1 boa amiga faz ao nosso lado! Tenho certeza de q se alguma delas estivesse aqui comigo eu já estaria portando 1 bolsa novinha.

A moda primaveril em Paris tem vestidos floridos no meio das pernas p/as mulheres ou curtos nas moças, q tb abusam dos shortinhos. Mas o fundo continua escuro, preto, marinho ou marron, raramente as vejo c/roupas claras ou coloridas. Outro dia saí c/minha calça de seda listrada e 1 camiseta podrinha turquesa, aposto q fui ponto de referência … “à côté de la dame colorée”. Mto algodão e saias de pontas, q eu particularmente considero hediondas mas tenho q admitir q nas francesas ficam perfeitas. Aliás, tudo nelas fica bem, elas são magérrimas (ai q inveja, um dia eu chego lá!!!) e charmosas. Nem são lindas como as italianas e se lixam pra isso. As menininhas de 8, 9 anos seguem os passos das mães e têm suas predileções, como jeans rasgados preenchidos c/lantejoulas e camiseta de roqueiro. Rendas e babados se vêem mais nas vitrines do q nas ruas (sei não mas todas q vi rendadas eram turistas meio breguinhas) e posso estar enganada mas percebo 1 tendência por roupas mais largas, soltas, de tecidos estruturados (eu detesto, pra mim tecido tem q ser macio, gostoso de sentir na pele).

Outra coisa q me chamou a atenção foi a quantidade de obras, tanto publicas qto residenciais, num contexto onde a incidência de lojas fechadas e placas de “aluga-se” é inquietante. Eu cruzei a cidade de ônibus em diversas direções, só pego metro qdo estou com pressa pq acho 1 crime se emburacar numa cidade tão linda como Paris, então sei bem o q vi.

Agora um conselho pra quem tá pensando em vir pra cá: venha logo! Tá o maior calorão, o próximo verão será infernal.