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O Triângulo das Culturas

Eu andava meio tristinha por não viajar desde que voltei de Belo Horizonte, em Maio, mas meus planos andam confusos, quero ir para o litoral nordestino, porém, não pára de chover por lá;  Fernando de Noronha só fica bom a partir de Setembro; no sul está quase nevando e a grana ainda não dá para o exterior. E foi nesse clima que, lendo a Folha, eu me encantei com a vasta programação cultural de São Paulo e decidi vir para cá.  E não me arrependo! Desde que cheguei todo dia tem novidades, ontem foi a vez da Avenida Paulista com a Treze de Maio onde quatro centros culturais se avizinham, formando o triângulo do título.

“Arqueologia do Futuro – Memória & Visão”, do arquiteto japonês Tsuyoshi Tane

A ideia era começar almoçando no Restaurante Aizomê, na Japan House, mas outros compromissos me impediram, acabei indo direto para a mostra “Arqueologia do Futuro – Memória & Visão”, do arquiteto japonês Tsuyoshi Tane, onde materiais e utensílios, croquis, modelos, maquetes, fotos e gravuras mostram o caminho da pesquisa arqueológica à criação, ao desenvolvimento do projeto e o resultado final.  Ele também trabalha com cenografia e montagem de stands, seus efeitos de luz, sombra, reflexos e movimentos são fantásticos. Assistindo aos vídeos em que Tane discorre sobre o conceito do projeto para a equipe senti saudades da arquiteta que abandonei em mim, me deu vontade de estagiar com ele, pena que não tenho mais tempo para todos os meus desejos.

Maquete em “Arqueologia do Futuro – Memória & Visão”, do arquiteto japonês Tsuyoshi Tane

A Japan House, além do restaurante, tem uma cafeteria com poucas opções, mas de boa qualidade, anexa a um confortável lounge e a uma loja de produtos japoneses incomuns.  Se não estivesse a fim de conhecer os outros centros culturais não teria resistido aos estojos de sake. Outra lojinha no andar superior ensina a técnica de amarração do furoshiki, as padronagens dos tecidos a venda são lindas.

“Light is Time”, Citizen no Salão de Milão por Tsuyoshi Tane

Atravessando a Paulista temos a Casa das Rosas, voltada para difusão literária e mantenedora do acervo Haroldo de Campos, construção de 1935 projetada pelo arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo, responsável também pelo Teatro Municipal e pela Pinacoteca, entre outros prédios históricos.  Ao seu lado uma unidade do Sesc São Paulo, no prédio de alta tecnologia da Königsberger e Vannucchi Arquitetos Associados inaugurado em 2018, cujo bar no terraço é concorridíssimo e onde revi o trabalho perturbador do Sebastião Salgado sobre Serra Pelada e mais uma vez me senti diante de catástrofes bíblicas.

“Gold – Mina de Ouro Serra Pelada”, de Sebastião Salgado, no Sesc Avenida Paulista

Na outra esquina, no Itaú Cultural, exposições fotográficas, históricas e infantis, teatro, dança e música.  No “Espaço Olavo Setúbal” o Brasil é narrado desde o descobrimento através de imagens, objetos e documentos e viajamos no tempo curtindo os trabalhos de diversos artistas, de Rugendas, Debret, Salathé, Chamberlain a J. Carlos.

Acesso ao “Espaço Olavo Setúbal” no Itaú Cultural

Muita gente de todos os tipos e idades, lazer cultural gratuito, áreas de convivência e descanso, atendentes bem informados, ambientes de bom gosto e temas significativos para nossa formação e reflexão.  Foi ótimo!

“Ainda Há Noite “, mostra fotográfica no Itaú Cultural

Na foto ao lado, esquina da Av. Paulista com a 13 de Maio. Para quem se interessar, aí vão os links:

https://www.japanhouse.jp/saopaulo/index.html

https://www.casadasrosas.org.br/

https://www.sescsp.org.br/unidades/9_AVENIDA+PAULISTA/#/uaba=programacao#/fdata=id%3D9

https://www.itaucultural.org.br/

http://at-ta.fr/

http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa2597/sebastiao-salgado

http://enciclopedia.itaucultural.org.br/instituicao636845/koenigsberger-e-vannucchi