Estive em Cartagena em Janeiro desse ano, justo no período da maravilhosa lua cheia que me impediu de conhecer as ilhas Rosário, Pirata e Grande, pois o mar do Caribe só estava para peixe e humanos que gostam de viver perigosamente. Um calor fenomenal, mesmo para cariocas, eu passeava pela manhã, no fim da tarde e à noite, ou curtia algum museu bem refrigerado após o almoço.

Cartagena foi um importante porto comercial no período colonial, sua prosperidade atraía corsários e pilhadores em geral, por isso, e pelos constantes conflitos bélicos imperialistas, construiu-se o muro de 11 km nos limites da “Ciudad Amurallada”, considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco desde 1984.

Passear por suas ruelas, as cores da arquitetura, da vegetação, da indumentária típica, das frutas vendidas aos pedaços, a beleza das construções, o jeito amigável dos comerciantes empenhados em seduzir turistas para seus espaços, os cafés e uma vasta gama de drinks exóticos tornam tudo especial e delicioso.

O forte do comércio local são as esmeraldas, pérolas, café e chocolate, e, claro, lembrancinhas, artesanato, uma ou outra loja mais charmosinha com vestuário de algodão, chapéus ou objetos de decoração. Bares e restaurantes de todos os padrões, muita comida de rua e música, dança ou performances nas praças.

Atravessando a Cidade Amuralhada, em direção às docas, fica outro bairro interessante, Getsemani, outrora moradia dos escravizados que hoje sofre com a reurbanização expulsando seus habitantes tradicionais pela valorização imobiliária e consequente aumento do custo de vida.
